quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

filatelia

O MELHOR RALI DO MUNDO
E A FILATELIA

Entrevista com Alfredo César Torres

Elaborou Miguel Foz (pseudónimo de Daniel Costa)

Achei por bem “desenterrar” a presente entrevista publicada em Março de l883, na extinta FN.- Filatelia e Numismática, de Lisboa, que o seu editor Américo Mendes Ribeiro coordenou.

Poderá parecer estranho que uma revista especializada em coleccionismo de selos e moedas, procure a palavra de alguém muito conhecido do público, em geral, não pela ligação a aspectos coleccionistas.
De facto, ALFREDO CÉSAR TORRES é nome sonante, a nível mundial, no Desporto Automóvel, mas não lhe são conhecidas ligações á filatelia, tema em que irei centrar as questões.
No fundo a revista “FN”, pretendendo ser criativa e dinâmica, luta pela busca de assuntos interessantes para os leitores, ao mesmo tempo que procura a necessária formação de opinião tendente a que o coleccionismo filatélico e numismático, sobretudo, possam sempre ser olhados como algo de importante para uma maior estratificação da cultura e não como actividades culturais menores.
É evidente que, sendo o entrevistado homem do mundo automóvel, tenho de fazer uma incursão nesse campo, para atingir os propósitos em vista.
César Torres, pelo seu dinamismo e por paralelismo de actividades, bem poderia ser considerado um extraordinário exemplo para dirigentes filatélicos, que contam com uma vastidão de interesses a explorar, que talvez possa pedir meças à do Desporto Automóvel. Mais difícil de popularizar, é certo, mas por isso não menos aliciante, porque também as potencialidades não conhecem fronteiras.
Alfredo César Torres lidera a organização do Rali de Portugal/Vinho do Porto, a que em 1982 foi concedido, pela sexta vez, em sete anos, o título de Melhor Organização Mundial de Construtores. Por sua vez, o Governo Português, por intermédio do Secretário de Estado, Serra Moura, outorgou-lhe a mais alta condecoração do Desporto Nacional, a Medalha de Honra ao Mérito Desportivo.
Sendo o actual presidente da Junta de Turismo da Costa do Estoril e do Automóvel Clube de Portugal, Alfredo César Torres, chegou a declinar a participação em tarefas de Governo, para melhor se dedicar à consolidação do prestígio das organizações que lidera. Isto diz tudo do seu empenho nas causas a que se tem dedicado com rara eficiência.
Mas o leitor, enquanto contempla a reprodução de alguns selos alusivos a Ralis de Monte Carlo – um evoca Lisboa – poderá acompanhar-me na gostosa tarefa de ouvir César Torres.

- Senhor Alfredo César Torres, ligado ao automobilismo, em todos os seus aspectos, nomeadamente o de alta competição, alguma vez se apercebeu que, a nível europeu e com representação em Portugal, existe um organismo de filatelistas que se dedicam ao Tema Veículos Motorizados?

- De facto, já várias vezes recebi. Quando me desloquei a provas ao estrangeiro, colecções de selos em que o tema é o deporto automóvel. Penso que é com base no Grande Prémio do Mónaco e no Rallye de Monte Carlo que o assunto tem sido objecto da maior cobertura.

- No seu curriculum nunca terá aparecido que seja coleccionador, não obstante se saber que os seus troféus poderão, só por si, constituir uma colecção. Mas pergunto-lhe: - Com uma vida votada ao Automobilismo, nunca se terá dado ao trabalho, mesmo por desfastio, de adquirir e guardar umas quantas séries de selos postais, dedicados ao Automóvel e ao próprio desporto que é a utilização prática dessa máquina infernal dos tempos modernos?

- Efectivamente, não sou coleccionador. Tenho, é verdade, uma colecção de taças que fui juntando como recordação da carreira desportiva, mas nunca foi vocacionado para coleccionar qualquer outra coisa.

- Alguns acontecimentos desportivos já têm sido filatelizados em Portugal, através de emissões de selos. No entanto o já famoso Rali de Portugal/Vinho do Porto, a que tem emprestado o seu dinamismo, nunca mereceu essa distinção. Será apenas porque a Organização a que preside nunca terá apresentado uma proposta nesse sentido às autoridades competentes?

- Nos tempos em que o actual Rallye de Portugal - Vinho do Porto era organizado era organizado pelo grupo Cultural e Desportiva da TAP, tendo então a designação Rallye Internacional TAP, o assunto foi colocado à consideração das entidades respectivas mas, por razões que ignoro, não lhe foi dada continuidade. Na hora actual, é evidente que veríamos com muito agrado uma emissão de selos alusivos ao Rallye de Portugal - Vinho do Porto. Todavia, como essa não é, como já apercebeu, a nossa vocação, ficamos a aguardar que o problema nos seja colocado com a certeza de que a ideia mereceria todo o nosso apoio.

- De qualquer forma, não lhe parece que um bem cuidado série de selos de Correi, com uma promoção bem coordenada ente C.T.T. e organização do Rali de Portugal, poderia ser mais um trunfo promocional, a ter em conta, não só no aspecto desportivo em si, como até na divulgação do produto – riqueza nacional – que patrocinava a competição, ou seja o famoso “Port Wine”?

- A resposta anterior já responde a esta pergunta. Repito, pois, que a abraçaremos a ideia com todo o entusiasmo.

- Mesmo em pequenos “flashes”, os jornais têm dado destaque à criação de uma Federação Internacional de Filatelia, dedicada ao Tema Jogos Olímpicos, paralela à Organização Olímpica. Desdenharia duma iniciativa desse género, em prol dos Desportos Motorizados?

- Caro que não. Tudo o que possa contribuir para o prestígio e divulgação do desporto automóvel terá sempre de encontrar da minha parte, como seu principal responsável em Portugal, o maior carinho e dedicação.

- Mesmo não estando por dentro do mundo da Filatelia/Competição, a constatação da sua existência, não lhe poderia sugerir, em datas e locais condizentes, uma dupla – Filatelia subordinada ao Tema Automóvel e Competição Automobilística? Não acha que poderia ser um extraordinário meio de propaganda comum das duas modalidades que, simultaneamente, poriam o Desporto e a Cultura em destaque?

- Acho que sim. Poderia, por exemplo, aproveitar-se uma exposição na FIL para em paralelo, propagandear a Filatelia e a Competição Automóvel.

Senhor César Torres, esta entrevista é mais devida ao propósito de tornar sugestiva a ideia de uma emissão de selos postais portugueses evocando o Melhor Rali do Mundo, o Rali de Portugal – Vinho do Porto, pelo que lhe pedia que explanasse aqui mais algumas ideias sobre o assunto, inclusivamente, se depois desta pequena conversa irá equacionar uma proposta a fazer aos C.T.T. para que num futuro próximo, o grande número de adeptos do automobilismo, a par dos seus cartazes alusivos que, também são um extraordinário motivo de colecção possam através dos selos, recordar para a posterioridade a actual fama do evento.

- Já lhe disse atrás que darei todo o meu apoio à ideia. Parece-me, todavia, que a mesma deve ser desenvolvida por que seja especialista na matéria. Assentes que estejam as bases de proposta, devidamente fundamentadas, a organização do Rallye de Portugal – Vinho do Porto não terá dúvidas em subscrevê-la.

Daniel Costa

2 comentários:

Iana disse...

Amado amigo...

Mais um dia chega ao fim!
E com ele a certeza de que fizemos
nossa parte! Com coragem e
Amor ! Dessa grande sinfonia fantástica
Chamada vida! Espero que Você
tenha uma ótima noite! um amanhã
repleto de sons! De Alegria! E Amor!
Que seu despertar revele a Você
A felicidade! Você nasceu pra ser Feliz!

Beijos mil
da rosa amiga
sempre
Iana!!!

xistosa, josé torres disse...

O actual Presidente do ACP, é um tipo chamado Carlos Barbosa, que "democraticamente" enviou aos sócios, não as duas listas a sufrágio, mas só a sua.
Democraticamente, o ano passado no natal, assinou com o governo um protocolo para ajudar na operação Natal e Fim de Ano.

Mal saiu da reunião, veio ladrar para o rádio, Antena 1, que eu ouvi-o, quero dizer, vociferar contra o governo ...

Levou-me logo a enviar-lhe um e-mail e um FAX, com o meu mais veemente repúdio pelas duas caras que assumiu com o governo e desculpe o termo, mas foi mesmo os termos que empreguei, que "mostrou o cu aos eleitores que não lhe convinham"

Só recebi a lista do adversário depois das eleições.

César Torres, para já não é Presidente do ACP.
Nem sei se o seria ...

Foi um piloto muito razoável e elevou o nome de Portugal com o Rally TAP.

Agora de selos, deve perceber tanto como eu: NADA!