terça-feira, 14 de novembro de 2017

O MEU DÉCIMO PRIMEIRO LIVRO

Foto de Literartura.

UM DOS SEUS POEMAS

MAR DA PRAIA GRANDE 

Bolota também se designa glande,
Esta não há na paulista Santos
Mar da Praia Grande
De atraentes e quentes recantos
Perguntaram-me: fica onde?
Respondi: é praia cheia de encantos!
Senhora do Mar, não a esconde
Nela pode guardar os seus prantos!
É assim que a milhares responde:
- Até à chegada de colonizadores dos recantos
Índios tupiquinins, não previam vida de conde,
No século XVI, com seu séquito e tantos,
Martim Afonso iniciava o culto da Praia Grande
Depois da Senhora do Mar olhares isentos
 Mar de São Vicente ali estava como brinde
Já no século XX, ficou de agregação acentos
Mar da Praia Grande
 Mas que fascinantes adventos!
Senhora do Mar; avinde!
Vede como para a ternura é de sustentos!
Exala o cheiro do amor que no areal se estende,
Ao som do marulhar, a fascinar em talentos,
É assim que o próprio amor se surpreende,
Felicidade, doce, sem espaventos!
Mar da Praia Grande
Mar transversal a Santos!

Daniel Costa

terça-feira, 31 de outubro de 2017

18 ANTOLOGIA



A MINHA 18ª. ANTOLOGIA


Apresento a XXI Antologia editada pela APP – Associação Portuguesa de Poetas, de que faço parte, como associado. Em 303 páginas de magnífica poesia de 95 Associados, eu incluído, mais uma vez deixam testemunho da vitalidade da cultura poética portuguesa.

... O POEMA ANTOLÓGICO

SÉTIMO CÉU

Sétimo céu,
Sétimo dia
Sentimentos ao léu!...
Manto da Virgem Maria,
Paixão de véu!
Até à idolatria,
Sétimo céu,
Amo-a com magia
Imaginando Galileu,
Instinto de galhardia
Flor, de androceu
Vivência de concórdia,
Sétimo céu,
Música em rapsódia
Doce jubileu
Vitória da galhardia
Ela e eu
Formação de abadia,
Grandeza de museu
Eterna estadia
Sétimo céu

Daniel Costa
















segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

HISTÓRIAS DE AMOR QUE NÃO CONTEI - 17ª. ANTOLOGIA POÉTICA

Foto de Daniel Costa.

HISTÓRIAS DE AMOR QUE NÃO CONTEI

No último ano de século passado, depois de grande AVC – Acidente Vascular cerebral, pelo hospital fui entregue à família em semi coma, em estado dito, terminal.
Seria assim menos um bom rapaz a cruzar-se com a irmã morte, naquela unidade hospitalar.
Estive naquele estado, cerca de quatro meses.
Nesses tive espaços de tempo de lucidez.
No entanto tinha regredido e como na adolescência me preocupei muito com amores. Sem sorrir nunca me senti triste, mas meus deuses – Com quem casaria, se não tinha namorada!
Numa dessas lucubrações, a filha questionou-me assim:
- “pai mas nas não casaste com a mãe”?
Fez-se então luz no meu espírito, deixei de me preocupar a esse espectro.
Ficava então livre de quaisquer motivos de preocupação.
Outros sonhos podiam continuar.
Possíveis tristezas ou dissabores estavam arredadas. Contra tudo e todos, pensava, ainda viveria dez anos.
Por vezes era o passado, que passava na mente, em jeito de fita cinematográfica, onde os velhos amores se destacavam.
De facto, mercê de usufruir do estatuto de trabalhador estudante, fui subindo bastante na vida, o que deu origem a várias revolução amorosas, a condizer mais com as novas posições sociais, que iam sendo tomadas.
Vou referir dois casos:
- Em determinada altura, trocas de olhares, nas aulas do liceu, resultaram em namoro. A miúda era bastante interessante. A princípio achei que tinha feito a última conquista amorosa da vida.
A breve trecho, ela me telefonava todos os dias, para lhe esclarecer dúvidas sobre todas as lições recebidas na aula. Depressa vi que, a minha nova namoradinha, era um cepo mental.
Porém o namoro continuou, passamos a nos encontrar em deambulações noctívagas pela cidade. Os tempos eram outros e beijar era um caso muito sério.
Tinha até já ouvido, a uma grande senhora a seguinte frase: “quem beija faz o resto”.
Dado o andarmos tardiamente nas ruas da cidade, quando já não se via viva alma. Eu ia pedindo um beijo que sempre foi negado até que lho roubei.
- O que fiz?
A garota desatou a chorar, como se fosse desabar o mundo. Senti-me culpado e julguei que ia ali acabar o namoro.
Mas não, no entanto beijar nunca mais, mas ficaria com a hipótese de ser eu a vir a acabar.
Aconteceram mais alguns encontros noctívagos. Era hábito, levá-la à porta de casa.
Em determinada ocasião, eram cerca de onze horas da noite, passávamos à porta de familiares seus, ela deixando-me na rua, a olhar para a lua, disse: “espera um pouco, vou visitar os meus primos volto já”.
Tanto bastou para eu zarpar. Telefonou depois, para me ouvir – o namoro acabou!
Depois de vários, namoros, veio o último.
À época a trabalhar num escritório de zincogravuras. A casa tendo cerca de quarenta empregados, nenhum era do sexo feminino, portanto dali ideias de namoros não podiam sair.
Como tinha já arreigada a ideia de procurar a perfeição e era considerado, podia fazer horas extras a meu talante. Assim, até nas duas horas de almoço, à excepção de quinze minutos, trabalhava.
Funcionava a verdadeira Internet desse tempo, a revista PLATEIA, da conceituada Agência Portuguesa de Revistas.
Como dispunha de pouco tempo, seguindo bastantes exemplos, coloquei anúncio na secção de namoros.
Dentre as várias respostas, seleccionei uma.
Namorei a escolhida, de acordo com ela viemos a trocar um beijo às escondidas, exactamente numa galeria do metropolitano. Ficou o caminho aberto para mais outros, sempre às escondidas, até ao matrimónio, segundo os ritos da Santa Madre Igreja.
Em vários namoros, mãos dadas, era sempre fruto proibido.
Devo mencionar a figura do “pau-de-cabeleira”, que acompanhava sempre os pombinhos, não fossem os mesmos perderem-se.
Sobretudo no último namoro fui eu, pobre de mim, a pagar três bilhetes por sessão.
Outros tempos, no século passado!...

Daniel Costa